Há algumas semanas publiquei no meu Instagram a receita de cuscuz paulista. Porém, muita gente ainda confunde esse prato com o cuscuz marroquino e o cuscuz nordestino.
Mas para acabar de vez com qualquer dúvida, mostro aqui as diferenças entre essas três deliciosas e diferentes versões de cuscuz.
Sabendo disso, aprenda um pouco mais sobre esse prato.
O cuscuz marroquino
Tudo começou com o couscous, na grafia francesa, um prato típico do norte da África, criado no século XIII e trazido para o Brasil pelos portugueses.
Ele é feito, na maioria das vezes, com sêmola de trigo, mas pode ser também de cevada, arroz ou sorgo, todos cozidos no vapor e acompanhando legumes, carne de boi, cordeiro ou frango. Porém, pode também ser preparado na versão doce, com leite, açúcar, frutas secas e especiarias.
É muito simples preparar o cuscuz marroquino, basta hidratar a fécula de trigo adicionando água ou caldo, e temperos à moda do cozinheiro por cerca de 5 ou 7 minutos.
O cuscuz marroquino é versátil, leve e saboroso. Deve ser servido sempre à temperatura ambiente e é perfeito para substituir o arroz ou quinoa nas refeições e como não requer cozimento, apenas hidratação, é também extremamente prático.
No Marrocos, o prato é servido com um molho de sete vegetais, geralmente às sextas-feiras, depois da oração do meio-dia. Já a receita com amêndoas, cebola caramelizada e várias especiarias, é reservada para dias de festa.
Dica: como o preparo é bem rápido, o ideal é servir sempre fresquinho, já que guardá-lo na geladeira faz com que fique muito úmido.
Cuscuz nordestino
No Nordeste do Brasil e também em alguns lugares do Norte, o cuscuz nordestino, também conhecido como cuscuz de milho, reina absoluto. Diferente das do cuscuz marroquino, o cuscuz nordestino é feito com flocos de milho.
É servido quente e pode ser recheado com carne de sol, queijo coalho, coco, ovo, manteiga ou o que mais você quiser. Levemente adocicado, ele é muito consumido no café da manhã ou lanche da tarde acompanhado com uma xícara de café quentinho.
Cuscuz paulista
No sudeste do país, o cuscuz foi difundido pelos bandeirantes e ganhou as mesas da região ao longo do tempo. Dos tabuleiros das escravas no pátio do colégio às famílias paulistanas tradicionais, o cuscuz é popular em São Paulo desde o século XVIII.
Mas o cuscuz paulista é bem diferente do cuscuz nordestino. Ele é salgado, servido sempre gelado, cortado em fatias. É perfeito para ser servido como entrada ou acompanhamento para peixes, por exemplo.
Em seu preparo, a farinha de milho grossa é cozida com temperos e ingredientes variados, como pimentões, cebola, alho, coentro, ervilha, tomate, ovos, frango, sardinha e camarão. A mistura é levada à geladeira em forma similar às utilizadas para fazer pudins.
É considerado um prato típico das festas populares, podendo ser encontrado principalmente nas festas juninas, no Natal e no Ano Novo.
E se você não viu minha receita de cuscuz paulista lá no Instagram, dê uma espiada nela agora:
Cuscuz paulista - Receita
Ingredientes
2 colheres de sopa de azeite
2 dentes de alho picado
1 cebola picada em cubos
1 cenoura pequena ralada
1 lata de milho
1 lata de ervilha
200g de palmito em cubos
200g de sardinha
2 ovos cozidos picados
250ml de molho de tomate
250ml de água ou caldo de legumes
1 colher de café de sal
1 colher de café de molho de pimenta
200g de farinha de milho amarela (aproximadamente)
Modo de Preparo
Refogue no azeite o alho, a cebola e a cenoura.
Adicione o milho, a ervilha, o palmito, a sardinha e os ovos picados.
Adicione a água, o molho de tomate, o sal e o molho de pimenta.
Tampe até levantar fervura.
Engrosse com a farinha até dar ponto de massa de coxinha.
Acomode em uma forma previamente untada com azeite e enfeitada com alguns dos itens que foram colocados na massa: fatias de ovo, fatias de palmito, sardinha, etc.
Desenforme morno e sirva em seguida.
Por fim, saiba que o cuscuz, em suas diferentes versões, não é comum apenas por aqui. Além do Brasil, o cuscuz também é consumido em outros países da América Latina, em Portugal, nos países árabes, em Cabo Verde e na França, onde uma pesquisa apontou como o terceiro prato mais popular em 2011.